Pode durar meses ou anos, mas numa fração de segundos podemos compreender que não há mais infinito. No post “o nosso fado é outro”, conita riot mostra como o vídeo/canção “cansada”, promovido pela SIC e pela APAV, reitera, sem questionar, as dinâmicas viciosas que existem entre opressor e vitima. A letra e a sua representação versam tanto sobre a violência como a resignação da mulher, quando aquilo de que a vitima precisa é de energia, soluções e lucidez diante da manipulação psicológica de que é alvo. Porque a violência, muito antes de ser física, é psicológica. E essa é difícil de ser cantada.
Um dos dilemas da manipulação psicológica é que não a vemos chegar. Ela é exímia e vem devagar, tão devagarinho que debilita pouco a pouco com a doçura da poesia na qual se apoia. O tempo é a variável chave de dominação, porque a felicidade está ali já ao virar da esquina. Mas ela não está dependente do ritmo da tua passada, mas daquele que possui o cronómetro. A caminhada pode durar meses ou anos, mas como a felicidade está ali tão pertinho de nós, podemos esperar, tolerar, aguentar qualquer coisinha. E é nesse compasso de espera, em que aguentas, pois claro que aguentas, que as piores manipulações ocorrem. Tu dizes que os factos são verdes e dizem-te que isso são vulgaridades vermelhas. Tu dizes que os factos são vulgaridades e dizem-te que isso não é real. Tu enches o peito para dizer que o que se está a viver é um facto e dizem-te que tu não compreendes o que se está a viver.
Questionas assim a tua inteligência e sensibilidade ao amor que nos surpreendeu um dia e que afinal é assim tão raro. Bonitas palavras enchem essa espera, embora cruéis no seu pragmatismo, elas são românticas porque a felicidade está ali mesmo ao virar da esquina. Toda a gente sabe à nossa volta que esse compasso de espera não tem fim e que essa felicidade te é vendida a baixo preço, porque já expirou. Mas ainda assim, esperamos, esperamos, esperamos até que o inferno comece a dobrar-nos e nos ponha de joelhos, a implorar a felicidade que estava ali aos nossos pés. Mas numa fração de segundos compreendeste ou podes compreender que a espera não é obrigatória e que a felicidade pode estar ao virar da esquina, sem que ela tenha de ser cronometrada por alguém a não ser por ti mesma.
Um dos dilemas da manipulação psicológica é que não a vemos chegar. Ela é exímia e vem devagar, tão devagarinho que debilita pouco a pouco com a doçura da poesia na qual se apoia. O tempo é a variável chave de dominação, porque a felicidade está ali já ao virar da esquina. Mas ela não está dependente do ritmo da tua passada, mas daquele que possui o cronómetro. A caminhada pode durar meses ou anos, mas como a felicidade está ali tão pertinho de nós, podemos esperar, tolerar, aguentar qualquer coisinha. E é nesse compasso de espera, em que aguentas, pois claro que aguentas, que as piores manipulações ocorrem. Tu dizes que os factos são verdes e dizem-te que isso são vulgaridades vermelhas. Tu dizes que os factos são vulgaridades e dizem-te que isso não é real. Tu enches o peito para dizer que o que se está a viver é um facto e dizem-te que tu não compreendes o que se está a viver.
Questionas assim a tua inteligência e sensibilidade ao amor que nos surpreendeu um dia e que afinal é assim tão raro. Bonitas palavras enchem essa espera, embora cruéis no seu pragmatismo, elas são românticas porque a felicidade está ali mesmo ao virar da esquina. Toda a gente sabe à nossa volta que esse compasso de espera não tem fim e que essa felicidade te é vendida a baixo preço, porque já expirou. Mas ainda assim, esperamos, esperamos, esperamos até que o inferno comece a dobrar-nos e nos ponha de joelhos, a implorar a felicidade que estava ali aos nossos pés. Mas numa fração de segundos compreendeste ou podes compreender que a espera não é obrigatória e que a felicidade pode estar ao virar da esquina, sem que ela tenha de ser cronometrada por alguém a não ser por ti mesma.
Ver letra da canção aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário