«Afonso sai do banho, “ainda molhado de água” (o detalhe do “molhado de
água” é importante), e avança de novo, mas alguém a bater à porta,
possivelmente um ferroviário da CP, “obrigou-o a travar o comboio em
marcha”. Era, afinal, a empregada a trazer o jantar, cassoulet de
cordeiro que o capitão ingere sofregamente, como um porco, entre
“grunhidos de apreciação”. No final, enfartado, arrotou (p. 403). E, mal
arrotou, pousou o tabuleiro no chão e atirou-se à baronesa,
arrancando-lhe o vestido de mousseline e penetrando-a “sem demora”.
Madame Agnès encontrava-se “ainda mal lubrificada”, mas isso pouco
importa àquela real besta lusitana, que se põe “logo a urrar”, após o
que, recolhida ao estábulo, adormece e ronca, dormindo “como uma pedra”.
Só acordaria a meio da tarde, aviando de imediato um canard à l’orange
servido com arroz. Querendo mais festa, ela acalma-lhe os ânimos, mas de
forma elegante: “Oh, lá estás tu na brincadeira, não se pode falar a
sério contigo.” Mas, senhora baronesa, quem é que entra num livro do
Rodrigues dos Santos para falar a sério? Basta dizer que, terminado o
pato com laranja (sem arroto, par une fois), o capitão Brandão sentiu
ser “seu dever patriótico de oficial cimentar a fama dos machos
portugueses junto da comunidade feminina francesa no campo da batalha do
amor” (p. 407). No cumprimento dessa missão de serviço púbico, Afonso
começou por proceder ao levantamento do campo de batalha, explorando
Agnès com os lábios, com a língua e com os dedos, “muito devagar”; numa
subtil manobra, contornou-lhe as curvas macias, procurou-lhe os pontos
erógenos e, de seguida, excitou-a e lubrificou-a. Arrancou-lhe a roupa,
mas com suavidade, “peça a peça”, e “foi lento e metódico até entrar
dentro dela” (a qual, provavelmente, adormecera entretanto). Depois,
ambos “ganharam velocidade” e, a toda a brida, juntaram-se como “corpos
em fogo”. Navegaram um no outro em vagas turbulentas de paixão, com as
águas a agitarem-se com fragor, até que “a francesa (…) se declarou
satisfeita”.» http://malomil.blogspot.pt/.../rodrigues-dos-santos...
muito bom este Afonso e tb o Tomás Noronha! serão do Ribatejo?
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