As certezas num “que há-de ser de nós” dissipam-se neste
sentimento tumultuoso causado pelas ausências dos corpos. Assim, pensar nesse
fumo de cigarro, abusivamente fumado, como único refúgio denso para suportar o
ar irrespirável dessas ausências, fustiga em seguida cada presença fugidia. É
verdade, sim, aqueles fragmentos de memória tornam-se partículas de desejo e de
sonho desse amanhã, que chegará, digamos, já depois do próximo pôr-do-sol. E no
fundo do peito apertado sabemos o quão longínquo é esse amanhã, sem abandonar o
combate de ontem que nos conduziu à aventura por essas ruas estreitas.
Sem comentários:
Enviar um comentário