Alguém (adoro esta palavra por ser uma das poucas que, em português, é neutra) decidiu pulverizar Anita Sarkeesian (e ouvintes - olha, outra neutra!) a tiro, caso a sua conferência sobre Género e Vídeo-Jogos na Universidade de Utah não fosse cancelada.
Foi cancelada. Ainda temos Anita (e ouvintes) entre nós. E Youtube. E a colecção completa de Damsel in Distress com acesso livre. E ideias que não se pulverizam a tiro.
As ameaças que esta mulher recebe são a metáfora perfeita para a situação que expõe activamente: ou violam-na ou rebentam-lhe o corpo à bomba - em qualquer dos casos, sobre ela e o seu corpo alguém - o sujeito, que é o playable character do vídeo-jogo mas agora na vida real (as fronteiras são, aliás, ténues) - agirá.
«One way to think about Damsel’s characters is via what’s called the subject/object dichotomy. In the simplest terms, subjects act and objects are acted upon. The subject is the protagonist, one the story is centered on and the one doing most of the action. In video games this is almost always the main playable character and the one from whose perspective most of the story is seen. So the damsel trope typically makes men the “subject” of the narratives while relegating women to the “object”. This is a form of objectification because as objects, damsel’ed women are being acted upon, most often becoming or reduced to a prize to be won, a treasure to be found or a goal to be achieved...» ou para pulverizar aos pedacinhos pelos ares num auditório universitário.
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