quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Contra a máquina de guerra sionista o género não é chamado: homens, mulheres e crianças palestinianas são uma só população.



“Aujourd’hui, nous devons être conscient-e-s de la façon dont le cliché « femmesetenfants » est véhiculé au sujet de Gaza et plus largement de la Palestine. Il accomplit plusieurs exploits rhétoriques, dont deux principaux : d’un côté, le regroupement des femmes et des enfants au sein d’une même catégorie indistincte, regroupé-e-s par « similitude » de genre et de sexe ; de l’autre, la reproduction du corps de l’homme palestinien (et plus généralement de celui de l’homme arabe) comme toujours déjà dangereux. »
[…]

« La machine de guerre israélienne, un peu comme celle des Etats-Unis en Afghanistan ou en Iraq, ne protège pas les queers, les femmes et les enfants palestinien-ne-s. Elle les tue, les mutile, les sépare de leurs proches – pour la simple raison qu’ils sont Palestinien-ne-s, et donc pouvant possiblement être tué-e-s en toute impunité à la vue du monde entier. Aujourd’hui, la différence entre les « femmesetenfants » palestinien-ne-s et les hommes palestiniens n’est pas la production de cadavres mais plutôt la circulation de ces cadavres à l’intérieur d’un cadre rhétorique dominant et grand public qui détermine qui a droit d’être pleuré sur la place publique comme véritables « victimes » de la machine de guerre israélienne. »

Ver o artigo completo aqui: 

« Les hommes palestiniens peuvent-ilsêtre des victimes ? Genrer la guerre d’Israël sur Gaza », Maya Mikdashi, Jadaliyya, 23 juillet 2014.



2 comentários:

  1. Ao enunciar uma distinção entre homens/ mulheres e crianças como vítimas da ofensiva israelita eu não a leio como a injustiça da morte das mulheres e crianças face a uma menos injusta morte de homens e rapazes palestinianos, assumindo-os como eventualmente perigosos somente pela sua condição de rapazes e homens palestinos, como faz Israel. Israel faz essa assunção e pratica-a, apesar das mulheres não estarem livres de detenções arbitrárias como temos visto. A distinção das vítimas palestinas em categorias homem, mulher e crianças ilumina de forma categórica que mataram todos, que não houve distinção ou reserva de qualquer espécie, ajudando a compreender - a quem tem dificuldade em fazê-lo ou é manietado pelo guerra ideológica - que foi um ataque sobre os civis, sobre a população de uma forma geral e indiscriminada. A enunciação das categorias é importante, mesmo entre mulheres e homens, deste ponto de vista, por isso, apesar de compreender o ponto de partida do texto, não consigo pôr-me de acordo totalmente com ele.

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    1. Sim compreendo o ponto. Mas penso que o texto fala precisamente no facto que a retórica dominante é a de juntar numa só categoria mulheres-crianças. Pelo que estamos longe das três categorias homens-mulheres e crianças, para se tornarem duas. Por outro lado, parece-me importante também a perspectiva da diabolização dos homens que nos remete para a estigmatização tb feita na Europa do Árabe=terrorista=machista. Este ponto foi bastante desenvolvido num livro que gostei muito de Nacira Guénif-Souilamas « les féministe et le garçon arabe ». Abç

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