Se a a generalização e coisificação da mulher na narrativa publicitária consolida real e torna-a co-autora dos dispositivos sociais e culturais que engendram a violência de género, a chamada da mulher para a mesma narrativa mas do ponto de vista de uma consumidora quase autónoma também consolidam real. A realidade da mulher enquanto conquistadora do seu espaço de decisão através da liberdade que lhe proporcionaram educação, emprego, direitos políticos e direitos sobre o seu corpo. Os mecanismos de reprodução social de determinado modo de vida que ocupamos (o sistema das relações económicas que enformam o sistema político) como é o caso da publicidade, sabe que a mulher, para além de poder ser mesmificada em eternos anúncios da cerveja, é ao mesmo tempo uma consumidora cada vez mais qualificada. O seu corpo e a categoria que o representa são chamados ao protagonismo neste filme de lançamento de uma nova marca de telecomunicações no país. É uma mulher que lidera esta viagem ao mundo dos eventos televisivos, as séries, os filmes, os concertos, ama, aventura-se, canta e dança, sai ilesa.
O capitalismo engrenda no seu ventre as múltiplas escravaturas dos sujeitos outros/minorias. Ora tecendo os caminhos por onde se opera o patriarcado ora trazendo, neste caso, as mulheres para um aparente estado de igualdade (igualdade de se tornar produtor/consumidor) resultando nos dois casos a impossibilidade deste Outro/minoria em constituir-se Sujeito.
O capitalismo engrenda no seu ventre as múltiplas escravaturas dos sujeitos outros/minorias. Ora tecendo os caminhos por onde se opera o patriarcado ora trazendo, neste caso, as mulheres para um aparente estado de igualdade (igualdade de se tornar produtor/consumidor) resultando nos dois casos a impossibilidade deste Outro/minoria em constituir-se Sujeito.
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