terça-feira, 18 de novembro de 2014

"Política de género e liderança no Partido das Panteras Negras 1966-71"

 Há um grupo feminista que se tem debruçado a traduzir uma mão cheia de textos, alguns editados no país alguma vez recôndita outros a estrear. Traduzem e encontram-se para discuti-los.
O mais recente é de Tracye A. Matthews e dedica-se a estudar ou analisar, através dos discursos e das práticas, a política de género no Partido dos Panteras Negras nos EUA nos anos 60 e 70. Uma leitura estimulante que nos transporta, ao mesmo tempo,  para o movimento dos direitos civis e para o movimento mais pujante de emancipação negra a par dos movimentos de libertação colonial.

O texto integral aqui, pelo colectivo bookbloc femininista do rda.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Já abortei e estou muito bem, obrigado.


 Não há paciência para a reacção que não tem limites, nomeadamente todo e qualquer documento destinado a adolescentes ou mulheres que estimulem um sentimento de auto-flagelação preventiva. Ainda assim a vagina dentada achou por bem enviar um mail ameaçando divulgar o porquê do boicote a tal documento.


domingo, 16 de novembro de 2014

A real besta lusitana cumpre o seu dever patriótico, missão de serviço público, ao satisfazer (sabe lá ele!) a madame Agnès que foi decentemente lubrificada (lábios, língua e dedos) antes de ganhar velocidade

  «Afonso sai do banho, “ainda molhado de água” (o detalhe do “molhado de água” é importante), e avança de novo, mas alguém a bater à porta, possivelmente um ferroviário da CP, “obrigou-o a travar o comboio em marcha”. Era, afinal, a empregada a trazer o jantar, cassoulet de cordeiro que o capitão ingere sofregamente, como um porco, entre “grunhidos de apreciação”. No final, enfartado, arrotou (p. 403). E, mal arrotou, pousou o tabuleiro no chão e atirou-se à baronesa, arrancando-lhe o vestido de mousseline e penetrando-a “sem demora”. Madame Agnès encontrava-se “ainda mal lubrificada”, mas isso pouco importa àquela real besta lusitana, que se põe “logo a urrar”, após o que, recolhida ao estábulo, adormece e ronca, dormindo “como uma pedra”. Só acordaria a meio da tarde, aviando de imediato um canard à l’orange servido com arroz. Querendo mais festa, ela acalma-lhe os ânimos, mas de forma elegante: “Oh, lá estás tu na brincadeira, não se pode falar a sério contigo.” Mas, senhora baronesa, quem é que entra num livro do Rodrigues dos Santos para falar a sério? Basta dizer que, terminado o pato com laranja (sem arroto, par une fois), o capitão Brandão sentiu ser “seu dever patriótico de oficial cimentar a fama dos machos portugueses junto da comunidade feminina francesa no campo da batalha do amor” (p. 407). No cumprimento dessa missão de serviço púbico, Afonso começou por proceder ao levantamento do campo de batalha, explorando Agnès com os lábios, com a língua e com os dedos, “muito devagar”; numa subtil manobra, contornou-lhe as curvas macias, procurou-lhe os pontos erógenos e, de seguida, excitou-a e lubrificou-a. Arrancou-lhe a roupa, mas com suavidade, “peça a peça”, e “foi lento e metódico até entrar dentro dela” (a qual, provavelmente, adormecera entretanto). Depois, ambos “ganharam velocidade” e, a toda a brida, juntaram-se como “corpos em fogo”. Navegaram um no outro em vagas turbulentas de paixão, com as águas a agitarem-se com fragor, até que “a francesa (…) se declarou satisfeita”.» http://malomil.blogspot.pt/.../rodrigues-dos-santos...

Nem na hora da morte a representação do corpo da mulher é dispensada.


Trabalhar numa agência funerária não deve ser um emprego fácil. Saber representar é um requisito. Para além de actor os empregados dessas agências têm de possuir competências semelhantes à dos psicológicos... e ainda aquele “espiritozinho” de comerciante perspicaz. Isto porque receber pessoas que acabam de perder um ente querido pode resvalar facilmente para uma situação incontrolável. O empregado da agência tem de se mostrar rapidamente sensível às variações emocionais e empático com a tristeza alheia, ao mesmo tempo que tem de tirar o máximo proveito financeiro, jogando com os sentimentos do cliente inconsolado que tem à sua frente. Imagino que o argumento sobre a dignidade na hora da morte deve primar quando se vende a opção x ou y de cerimonia, caixão, tratamento do corpo, etc, etc. Fragilizado, o cliente pode dar tudo o que tem para dignificar a vida daquele que já não vive. 
Dito isto, há empresas de construção de caixões, cuja versão clássica da dignidade do adeus já era. Diz assim o Sr Lindner patrão da fábrica de caixões de marca Lindner: “um caixão não é um objeto sagrado ou um símbolo religioso, é um pouco como um móvel. É a ultima cama na qual dormirá para sempre”. Este gajo é sem duvida um génio, vende caixões como se vendesse carros. Why not? Este tipo de abordagem não me parece errónea, não fosse o Sr. Lindner um taradinho adepto do marketing através de corpos nus de mulheres (sob a forma de um calendário). Não fosse também a genialidade do Sr. Lindner uma banalidade comercial.
Ou seja, aquilo que poderia ser um bom marketing funerário, uma vez que foge aos imperativos culturais nos quais o luto da nossa sociedade se encontra embrenhado, acaba por banalizar e profanar o corpo morto na sua “ultima cama” (para citar o Sr. Lindner). Isto porque mesmo na hora do “fim” divulga (os já tão conhecidos) clichés sexistas, nos quais as mulheres são as grandes vitimas por vezes fatalmente. Mas o que é certo é que o banal marketing de venda do Sr Lindner tem frutos. Pois é, se perguntasse agora ao leitor deste texto qual seria a marca de caixão se tivesse de escolher rapidamente um caixão? Penso que "Lindner" seria a resposta, uma vez que para além de desconhecermos outras marcas, por este não ser um produto de consumo quotidiano, a utilização imagética dos corpos delgaditos femininos foi e é uma fonte de recursos, não fosse a “coisificação” da mulher a trivialidade da nossa sociedade até na hora do adeus.

Ver aqui o focinho do Sr. Lindner com um sorrisinho asqueroso de ressabiado e ver o dito calendário. Depois disso, esqueçam este post para que o Sr Lindner não seja o ultimo ser humano a acompanhar-vos na morte.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Fazer broches - tutorial de mulher trintona que já fez alguns

3 coincidências [um bom post que também é um desabafo + um artigo sobre "trintonas" que, surpreendentemente vi no meu feed do facebook (tenho de escolher melhor os meus amigos) + uma espécie de livro do guiness de visualizações a que este post ridículo se candidata, após uma troca de mensagens entre editoras aqui da chafarica] levam-me a partilhar com o mundo um tutorial sobre como fazer os melhores broches do mundo.
 
 


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Feminismo de aparador



As mulheres do PS têm um Departamento. Nesse departamento têm uma comissão política. "A Presidente da Comissão Política clarificou a alteração da data da reunião, por ausência de confirmações. A acontecer no passado dia 24 teria inutilidade prática por falta de quórum."   A presidente da comissão politica apoiava António José Seguro. Precisam de vir para os jornais dizer que a sua presidente tem toda a legitimidade para terminar o mandato apesar de ser segurista e que o Departamento apoia António Costa, futuro primeiro-ministro dos portugueses e das portuguesas. Assim são as discussões profundas que percorrem este feminismo de lapela. 
Vale a pena ler o seu plano de actividades onde se lê por exemplo no enquadramento: "A promoção da igualdade de género é, também, um fator fundamental para o desenvolvimento local, funcionando como um elemento estratégico. O desenvolvimento sustentável do território deve assentar na mudança de paradigma ao nível do seu ordenamento, tendo presente os objetivos de conservação da natureza e a proteção da biodiversidade, aos quais não são alheias as interações sociais entre mulheres e homens". Quando autorxs falam em feminismo de direita só pode ser deste ajuntamento patriarcal de género. Se for possível ao termo ser deslocado à esquerda e à direita com a mesma propriedade. 

Vinda diretamente de New Orleans: Sarah McCoy "Beautiful Stranger"


Como saciar um homem na cama…


...ler a revista« feminina » Biba e meter em prática o contrário dos seus ensinamentos… e ainda no fim da relação fazê-lo crer que acabou de ser contagiado com a sífilis. Por cada conselho que se dê a uma mulher como agir na cama com um homem, um peido in your face.



segunda-feira, 10 de novembro de 2014