sexta-feira, 20 de junho de 2014

Pais e mães em Benjamin Spock


Escrito em 1946 nos eua no momento do babyboom o livro de Benjamim Spock tornou-se rapidamente um manual de pedagogia infantil de massas. Editado em perto de 50 línguas influenciou as gerações de 60 e 70, as dos nossos pais aproximadamente. Os méritos do pensamento deste pediatra junto das gerações do amor livre e do Maio de 68 foi trazer a liberalidade à educação e ao cuidado com os filhos, a confiança nos instintos de pais e o amor como princípio norteador. Depois veio o manual Brazelton para a nossa geração.
Esse livro tão próximo de nós como está a geração anterior traz estes pensamentos sobre a figura do pai:


O pai e o seu bebé - As pessoas estão absolutamente convencidas de que os cuidados a dispensar ao bebé incumbem unicamente à mãe. Esta ideia é errada. Você pode ser um pai afectuoso sem abdicar da sua virilidade. Sabemos que o carácter e o espírito de uma criança recebem uma impressão determinante se o pai lhe der provas de confiança e de amizade. O pai deve começar a ocupar-se do seu filho a partir do momento em que este nasceu. (...) Numa família em que a mãe é a única a ocupar-se dos filhos durante os dois primeiros anos, estes acabam por acreditar que é ela quem dirige a casa e que só dela dependem. Se, nesse momento, o pai pretender entrar em cena, vai ter inúmeras dificuldades para consegui-lo. É claro que não pretendo afirmar que o pai deva dar tantos biberões nem mudar tantas vezes as fraldas ao filho como a mãe; mas seria bom que, de vez em quando, participasse dessas tarefas. (...) Se tem tempo para isso, que seja ele a levar o bebé ao médico para o exame mensal. Isso proporcionar-lhe-á ocasião para discutir com o médico sobre algumas questões que considera importantes e que a mulher não sabe bem, acha ele. Aliás, isso agradará ao médico.
Ao lerem estas linhas, é provável que alguns pais se sintam com pele de galinha: aqueles a quem estes cuidados realmente desagradam não se devem forçar." 
Benjamim Spock, Meu filho meu Tesouro, como educar e criar o seu filho, Edições Europa América, 1975

Tem tão pouco tempo a ideia de mulheres e homens iguais na parentalidade quanto é frágil a suposição de que e os homens e mulheres  são livres do predomínio de determinada visão/divisão dos géneros. 

Sem comentários:

Enviar um comentário