Nesta revolta popular, as mulheres lutaram ao lado dos homens na defesa dos seus justos direitos, contra o autoritarismo do regime e as medidas lesivas que este procurava impor, sofrendo de igual maneira as consequências da repressão que se abateu sobre quem ousou levantar a voz contra a Ditadura. Estiveram na primeiralinha da insurreição, atuando com combatividade e determinação.
Dezenas foram presas e sujeitas a tratamento degradante, nos interrogatórios e na detenção, das quaisse destacam, entre outras, Augusta Mendes, Conceição Freitas Caldeira, Josefina de Freitas Caldeira, Virgínia de Freitas Caldeira, Carolina Fernandes Caniço, Isabel Castro, Maria Cezária, Rosa da Conceição, Perpétua da Conceição, Maria da Corte, Teresa da Corte, Maria Gomes Duarte, Augusta da Encarnação, Carolina Gonçalves Farinha, Rosa Fernandes, Agostinha de Freitas, Rosa de Freitas, Georgina Franco de Freitas, Maria Gomes, Ana de Gouveia, Maria Gonçalves Jardim, Luísa de Jesus, Luzia de Jesus, Maria de Jesus, Maria José, Virgínia Gomes Luís, Maria Marques, Maria Mendonça, Libânia Nunes, Sofia Nunes, Rosa Pereira, Matilde da Ponte, Maria do Sacramento, Maria da Silva, Iria de Sousa e Cristina Teixeira; presas, constituídas arguidas e, embora não condenadas, algumas passaram cerca de um ano na Cadeia do Funchal.
E dez delas foram alvo de “tratamento especial” por parte do regime fascista, com transferência para o Continente, julgamento e condenação em Tribunal Militar Especial e posterior cumprimento de pena de prisão na“Cadeia das Mónicas”, em Lisboa: Ludovina de Jesus da Corte, Agostinha da Câmara, Francisca Andrade, Maria de Jesus Silva, Maria Rosa de Abreu, Maria de Jesus Andrade, Conceição da Câmara Rodrigues, Tereza da Corte, Virgínia de Jesus e Maria de Souza.
Pela sua coragem, pela sua luta por melhores condições de vida e contra a prepotência do Fascismo e pelo sofrimento e degradação a que foram submetidas, estas mulheres merecem, assim, a justa homenagem e reconhecimento que lhes é devido pela Região Autónoma da Madeira.
Assim, em conformidade com a Constituição da República Portuguesa e com o Estatuto Político -Administrativo da Região Autónoma da Madeira, e de acordo com o Regimento, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira delibera homenagear publicamente as mulheres madeirenses participantes na “Revolta do Leite” de 1936, que estiveram na primeira linha da combatividade e determinação, que foram presas e torturadas, vexadas e sujeitas a regime prisional degradante, prestando -se, assim,
um tributo público em nome desta Região às mulheres madeirenses que, na “Revolta do Leite”, mais sofreram adura repressão e, em especial, as dez mulheres enviadas para o Continente, julgadas e condenadas em Tribunal Militar Especial, e, que cumpriram pena na “Cadeia das Mónicas”, em Lisboa.
Aprovada em sessão plenária da Assembleia Legislativa
da Região Autónoma da Madeira em 4 de julho de 2013.
O Presidente da Assembleia Legislativa, José Miguel Jardim Olival de Mendonça.
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