Está uma gaja a precisar de uma bicha do chuveiro. Objecto singular. Articulado e o mais das vezes brilhante. Decide por isso ir à loja dos chineses do bairro. Toma essa opção não só pelas características do objecto que procura e pelo cálculo da relação custo/qualidade mas porque a Loja dos Chineses é a que honra de uma assentada os valores do trabalho e da família. Comprova a boa relação entre custo e qualidade e quando retira da embalagem a bicha que é fácil de montar e não apresenta segredos descobre esta imagem no fundo. Escondida à espera de ser revelada como os desenhos no fundo do prato da sopa do bebé.
A bicha do chuveiro foi importada e embalada em Samora Correia. Inventaram-lhe um nome inovador e juntaram a imagem de um espécime de nós antes ou depois de ir para o banho. A imagem do corpo da mulher não serve para vender este produto porque ela só de descobre depois de desembalar. Uma gaja depara-se com todo um novo sentido do uso da imagem de determinado corpo e de uma nova palavra. Não encontra a etiqueta "compro que é nosso" e volta a tomar duche decentemente.
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